Sunday, October 11, 2015

Coisas incríveis que se podem encontrar na carteira de uma mãe*

 Eu sei que as há para todos os gostos, das mais arrumadinhas às mais metódicas, das que funcionam de improviso às que planeiam tudo geometricamente ao milímetro, mas a verdade é que a carteira das mães é terreno de insondáveis mananciais de inutilidades e resquícios da vida dos nossos filhos, quais fósseis das experiências que vão vivendo na sua ânsia de descobrir o mundo depressa e muito! Acompanhem-me, corrijam-me e acrescentem-me a tralha de que me esqueci, ou, quem sabe, à qual ainda não tive o privilégio de aceder!

1- Na minha carteira nem sempre tenho um penso higiénico ou um tampão quando dele necessito, mas NUNCA podem faltar os mágicos pensos coloridos com bonequinhos, que tudo curam do arranhão ao hematoma (santa ignorância!) e que, portanto, funcionam como verdadeiros isolantes de birras.

2- Brinquedos dos Happy Meals ou dos Kinder... ou pior do que isso, pequenas partes de brinquedos dos Happy Meals e dos ovos Kinder, que já não têm reconstituição possível, porém continuam ali a navegar na esperança de alguma utilidade futura. Não é raro sacar da chave do carro e vir uma mini perna de um Mickey pendurada de arrasto...

3- Pelo menos 50 talões de compra e recibos velhos e amachucados.Ah e cupões fora de prazo! (para que os guardamos se a probabilidade de efectivamente virmos a usufruir deles é tão remota?) Pensando bem, isto nada tem a ver com os miúdos, mas a verdade é que estão lá!


4- Uma pedra, no mínimoOs miúdos adoram enfiar-nos coisas sorrateiramente na carteira. uma pedra preciosa, qual jóia - pedra, calhau, concha ou pauzinho que, com o tempo (sim, porque nós carregamos com aquilo indefinidamente por ignorância, excesso de zelo ou preguiça de limpar a carteira), com o tempo, dizia, se esfacela, esmigalha ou esmaga por forma a criar uma autêntica sedimentação carteirística que PESA! Não à erosão intra-malas; que os putos guardem os seus próprios tesouros arqueológicos!

5- Bolachas esmagadas ou migalhas das últimas que foram consumidas. Estas acrescentam valor fértil à supra-mencionada sedimentação rochosa! No fundo, no fundo... é a nossa afanosa intenção de gerar antibióticos laboratorialmente na carteira! Não é desleixo, é reciclagem e economia familiar!

6- Chicletes duras e secas (possivelmente embrulhadas em pedaços de lenços de papel amarrotados, ou em papéis de rebuçado, ou nos próprios invólucros originais já bastante amolecidos/amarelecidos/encorrilhados com o tempo) resgatadas em SOS de alguma situação imprópria para ruminações - a consulta do dentista, a guloseima que surge, de repente, como mais apetecível do que a pastilha mordida e gasta, o balão que urge soprar e não se consegue com aquilo pelo meio... "Mãe, toma!"...A gente embrulha, GUARDA e depois esquece-se indefinidamente daquele resquício que ali anda, até que um dia, num almoço de colegas, sacamos do telemóvel para mostrar, orgulhosas, as fotos dos pimpolhos e aquilo vem atrás para passarmos do orgulho ao embaraço e vontade de lhes torcer o pescoço!

7- Pronto, confesso, há a remota hipótese de encontrarem um objecto de charme e sedução na minha carteira. Talvez um batom (já muito esmagado pelas tentativas esforçadas da mais pequena) ou um brinco perdido... porém dificilmente encontrarão o par!

8- Óculos de sol e /ou pulseiras, ganchos e bandeletes - deles, não nossas!

*(pronto, está bem, é só na minha!)

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