Sunday, May 5, 2019

Edição de memórias - Dormir na banheira

 5 maio 2016

Todos a ver os morangos (Não podes vencê-los...)
Uma professora discute com o marido e para rematar diz que ele vai dormir no sofá.
o Renato: "Já agora, acham bem que ela castigue o pai?"
Eu: "É bem feito. Ele não estava a acreditar nela. Se fosse comigo nem era no sofá... era na banheira que é mais duro!"
A Maria: "E com o chuveiro aberto!"

Wednesday, May 1, 2019

25 de Abril SEMPRE!

Resultado de imagem para 25 abrilNa véspera do feriado 25 de abril, só me lembrei que havia uma tertúlia sobre o assunto a que eu queria assistir no fim de arrumar a cozinha, por volta das dez da noite. 

Entretanto, pai e filho já se tinham esgueirado lá para cima para a cama, enroscando-se a ver televisão. 

A Mary estava ao computador, a pesquisar um documentário qualquer sobre o qual a professora havia falado e do qual ela havia tomado nota num pedacinho de papel rasgado do canto de um caderno. 
(eu acho estes pormenores deliciosos, não sei se me estão a seguir)

Disse-lhe "ó filha a mãe vai sair, não te demores aí ao computador que já são horas de descansar, está bem?"
Ela atirou um está bem- está bem, deixa-me só acabar de ver isto de que a professora falou e só tem um minuto e tal.

Fui-me embora descansada. Confio nela e um minuto parecia-me razoável.
Pensei - vais ouvir a Grândola Vila Morena ou A-gaivota-voava-voava e pronto, vais para cima!

Errado!
Quando voltei, para lá da meia noite, já só brilhava a luz do computador na sala escura. 
A Maria ainda estava a ver o documentário... entusiasmou-se e viu a versão longa, com quase duas horas de duração!

Não consegui zangar-me com ela pelo tardar da hora ou a desobediência. 
Afinal, no dia a seguir era feriado 
e o que tinha vencido ali era 
o gosto pelo conhecimento, 
a curiosidade, 
o interesse histórico 
- nenhum dos quais merecedores de castigo. 
Aliás, motivos de orgulho.

Quantas crianças de nove anos ficarão coladas ao ecrã a ver um documentário de duas horas sobre o 25 de abril?


PS - Se alguém tiver a paciência da Mary e curiosidade de saber do que estou a falar, está aqui


Tuesday, March 26, 2019

Edição de Memórias

Nenhuma descrição de foto disponível.

26 Março 2012

Chuva de brilho para duas estrelas!
E a minha Maria (sempre) ao colo, a apreciar da varanda: "ó xalo taiz u bolo cá pa xima!"

Monday, March 25, 2019

Escola Nova

     Hoje foi o primeiro dia da Maria em Gemeses, uma escola pequenina, com apenas duas turmas, um total de cerca de trinta alunos para um recreio grande, num edifício à moda antiga, em granito, e ladeado por uma vasta zona florestal.

     É um dia que vai ficar para a história da minha mais nova, porque há muito que a não via ansiosa por ir para a escola e a voltar de lá com um sorriso nos lábios.

  Para resumir uma história que foi demasiado comprida, a Maria detestava a escola sede do agrupamento e nunca se adaptou. A primeira coisa que me disse, quando chegou no setembro do ano lectivo anterior foi que "aquilo é só cimento!". Ela não gostava do recreio, um espaço em betão, sem escorregas, nem baloiços, nem árvores, onde até as bolas eram proibidas. Também não gostava da turma, onde, ao que parece, e pelo pouco que ia deixando escapar (pois raramente queria falar sobre o assunto) havia meninos muito insurrectos. Dizia que não se calavam e que eram mal educados. Relatou-me várias situações graves.
    Depois, dizia também que não tinha amigos. Que não brincava. E, por último, que gozavam com ela. Por exemplo por ter uma capa com bonequinhos. Achei isso profundamente estranho. Trabalho com centenas de crianças da idade dela e todas são infantis e adoram bonecadas. Até costumo fotografar as tralhas e tralhices que eles usam: canetas com pompoms, estojos floridos de múltiplos andares, etc, etc etc.
     A verdade é que A Mary andava sempre irritadiça, de mau humor e infeliz. Passou ali um mau bocado, acho. Só lhe agradava a comida da cantina. O que, apesar de ser um bom garfo, não era suficiente para fazê-la feliz.

    Fui juntando as peças do puzzle, devagar de mais para o que seria desejável, e finalmente optei por mudá-la para uma escolinha da aldeia. Pelo que vi hoje, pena não ter tomado a decisão há mais tempo.

    Esperavam-na nas grades, às nove menos dez. "É esta!". A chegada da menina nova era esperada e desejada. Deixei-a e voltei à hora de almoço. Estava um dia lindo, cheio de sol, e a Maria vinha radiante e cheia de fome. Tinha tido um intervalo da manhã tão atarefado que nem tinha tido tempo de lanchar. Bombardearam-na de perguntas e contou que se fizeram corridas e ela as ganhou todas.

     Quis almoçar rápido para voltar para a escola e brincar mais antes do turno da tarde. Assim foi. Voltou feliz, de bola debaixo do braço e foi recebida aos gritos de histeria.

    Às quatro e meia fui buscá-la. (Que bom que era se pudesse ser sempre assim!)
    Tivemos de ir resgatar a bola no meio do pinhal atrás da escola; uma aventura por entre silvas, mato e cheirinho a eucalipto.
    Contou-me que a nossa vizinha, agora colega de carteira, só dizia "nem acredito que estás aqui! Estou tão feliz por estares aqui!". Isso emocionou-me e renovou-me a esperança de que tudo vai correr bem. 
    Contou-me ainda (e há que tempos a não ouvia falar tanto!!!!) vários jogos novos que aprendeu e, pela primeira vez desde há muito tempo, voltei a ouvi-la rir e cantarolar no quarto. 
    Que bom que lhe encontramos um espaço onde pode voltar a ser criança e a brincar!

Friday, March 22, 2019

A pequena é que me entende!


(há um ano, com 8)

"Mas tu afinal quantas horas dormes por dia?" 
pergunta-me a Mary ao ver me entrar em casa às dez da noite sem me ter visto sair às sete e vinte...


Tem dias filha. Hoje é que tive reunião!


"Depois daquelas aulas todas?"


Como tu me entendes pequenita!

Wednesday, February 27, 2019

Edição de memórias - Papa Francisco

27 de Fevereiro de 2016

Sexta ao jantar:(Maria)
"Quem é o papa Francisco?"
"É assim tipo o padre mais importante da Igreja"
"Pensava que era o Jesus"
"Esse foi quem criou a Igreja, construiu-a, percebes?"
"Não, não- quem construiu a igreja foram os construtores..."
Exacto!

Edição de memórias - sexta à noite

27 de Fevereiro de 2016


Sexta, no fim de jantar. 
Os quatro na cama dos pais- a Mary no meio das minhas pernas,
O Pedro no meio das do pai 
(é a forma de, hoje em dia, darmos "colo). 
Diz o Renato:
"Ao que um gajo chega! 
Nem me acredito que é sexta feira à noite e eu estou a ver os Morangos com Açucar!"