Friday, October 16, 2015

A razão pela qual a mãe transmontana falta ao torneio

Primeiro pensei: a única razão pela qual a mãe transmontana falta ao torneio de futebol do seu filho é, obviamente, a apanha da castanha. 
Não amigos costeiros (durienses, bracarenses e lisboetas). A neve, na província, não impede o forte vínculo materno-futebolístico. Nem a geada. Nem o frio. Talvez nem mesmo a rara pluviosidade. Já estive em estádios sob intempéries, eu minhota contrariada com a bola e vi bancadas vazias cheias de mães-adeptas sem arredar pé. Mas. A castanea. A castanea, também apelidada de petróleo da região transmontana, é fruto de extremado valor comercial não arbitrado pelo senhor de preto do relvado. 
Depois lembrei-me: eventualmente o ouro de trás-os-montes, o azeite, também roubará adeptas às bancadas, para as colocar no lagar. E os enchidos. Nalgum fim de semana há-de ser preciso dar cartão vermelho às assobiadelas e aplausos e mostrar cartão verde às alheiras, ao butelo e à chouriça. 
Não se julgue de materialista ou interesseira esta atitude. Não é priorizar o ouro e o petróleo. É transformá-lo em chuteiras novas para marcar mais golos. 


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