
Aquele grande homem na fotografia, de lacinho e tudo, é o Pedro Neto, o melhor apresentador das redondezas.
A turma que está a encenar o conto por ele narrado é a MO6, a melhor da escola, no quarto ano.
O texto que está a ser dramatizado é uma adaptação da obra "O Aquário", de João Pedro Mésseder.
Já agora, também está presente, nas fotografias, o autor.
Já agora, também está presente, nas fotografias, o autor.
É aquele senhor de óculos, a assistir.
O meu ponto é: aquilo a que o senhor está a assistir foi da autoria do Pedro. Foi ele que fez a adaptação do texto narrativo a texto dramático. Sozinho. Sem ajuda nossa. Uma noite destas. Voluntariamente. Ainda disse para eu dar uma vista de olhos no fim, mas era tarde e eu tinha mil coisas para acabar...
Vi o produto final. Orgulhosa. Comovida. Muito orgulhosa. Sendo que o lacinho é o menos! Um miúdo de nove anos que, numa noite, depois de um dia inteiro de aulas e dos deveres, lê um conto infantil, faz a adaptação desse conto para texto dramático e, dias depois, o apresenta com competência, seriedade e expressividade!
Estou na plateia, orgulhosa, a pensar em como se sente à vontade naquele palco, e ocorre-me, que há quase dez anos já ali estava, comigo, dentro da minha barriga, eu grávida, aos pulos no trampolim, a ensaiar crianças para uma festa como esta, neste mesmo palco. Neste mesmo palco.
Penso. É certo estares aí.
Brilhas porque aí pertences.

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