Naquele momento, sentimentos confusos. Orgulho na opção dele. De não violência. A percepção - tão rara- de que estamos a educá-lo bem, para a civilidade e o respeito pelo outro e também o respeito pelas instituições e todo o sistema com as suas regras. A surpresa de perceber o quanto respeita a autoridade exterior a si. Mas também sentimentos azedos como: surpresa por vê-lo no papel de vítima (embora não o quiséssemos como agressor); pena por lhe ter passado tão bem a mensagem que ficou indefeso; comoção pela lealdade e não denúncia do amigo; raiva por um recreio que não controla estas situações; culpa por não lhe ter ensinado também a defender-se... deu-me que pensar!
A Mary, por sua vez, entrou na escolinha dos grandes, uma escolinha pública onde brinca no recreio com meninas e meninos de todas as formas e feitios. Tem vindo com arranhões e hematomas vários, que inicialmente atribuímos às brincadeiras audaciosas da nossa despenteada, que sempre foi destemida e aventureira. Pouco a pouco, relatos de agressões. Começámos com o discurso caseiro do "tu também não és flor que se cheire" e por aí vai, mas temos vindo a reparar que o problema é mais vasto que isso. Sondámos o mano mais velho, quase em vão, porque logo percebemos que os seus recreios estão mais focados em remates e defesas do que em ser cavaleiro-andante-escudeiro da piquena. Nas palavras dela "ele nos intervalos está sempre a jogar futebol!"
A Mary, por sua vez, entrou na escolinha dos grandes, uma escolinha pública onde brinca no recreio com meninas e meninos de todas as formas e feitios. Tem vindo com arranhões e hematomas vários, que inicialmente atribuímos às brincadeiras audaciosas da nossa despenteada, que sempre foi destemida e aventureira. Pouco a pouco, relatos de agressões. Começámos com o discurso caseiro do "tu também não és flor que se cheire" e por aí vai, mas temos vindo a reparar que o problema é mais vasto que isso. Sondámos o mano mais velho, quase em vão, porque logo percebemos que os seus recreios estão mais focados em remates e defesas do que em ser cavaleiro-andante-escudeiro da piquena. Nas palavras dela "ele nos intervalos está sempre a jogar futebol!"
Hoje, na mochila dela, um grande pau. "Isto é o que eu uso para me defender!" Fiquei sem pinta de sangue, veio-me logo à ideia a minha mana mais nova que foi agredida exactamente na escola primária e com um pau, chegando a ser e suturada! Comecei a remoer na ideia que os intervalos são o Texas, não há funcionários que cheguem para tantas crianças com as hiperactividades e faltas de educação que elas trazem anexas e, portanto,... valha-nos Deus!
Peço-lhe que não recorra ao pau, nem a pedras, nem a nada, nem mesmo para se defender; sugiro-lhe alternativas como aproximar-se de um adulto, fazer queixa a um funcionário ou à professora. Parece que também há adultos que os mandam "defender-se em vez de fazer queixinhas".
Ora bem, valha-nos Deus e desculpa lá ó Cristo, mas manda-me rápido uma pomba iluminada que me inspire ou não tarda e já os instruo de maneira diferente: sabem, filhos, afinal, dar a outra face só mesmo se for para beijar!
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