Sunday, October 23, 2016

Ser RICO

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"Ó pai, porque é que quiseste ser professor em vez de médico?"
"Porquê filha?"
"Porque assim só te dão dinheiro uma vez na semana... e se fosses médico davam-te todos os dias"
"Como assim?"
" Não vês que o hospital está cheio de pessoas todos os dias, que partem ossos e estão sempre a pagar...ou tinhas um café, que as pessoas tomam café todos os dias e dão dinheiro...ou então ias à televisão e ganhavas milhares de euros..."
(...)
"Então podes tu ser médica, filha!"
"Eu não, que quero ser pintora"
"Mas os pintores nem sempre vendem muitos quadros e só recebem dinheiro se os quadros forem valiosos..."
Rich Man Lighting His Cigar with a Dollar Bill - Royalty Free Clipart Picture
"Mas eu quero ser pintora famosa, quero ter o meu museu!"

"Pai, porque não compras um Bugatti?"
"Porque esses carros são muito caros, são carros de luxo, para milionários, quase ninguém pode ter um..."

Parece que, apesar de cá em casa ninguém ser muito ganancioso, nem agarrado, nem propriamente materialista, a mensagem do consumismo chega aos nossos filhos, levando por água abaixo os nossos esforços para que sejam se tornem adultos realizados, no sentido de satisfeitos e contentados com o que têm.
Mais, quereríamos que fossem  gratos pelos bens que possuem, que dessem valor, que sentissem ainda que podem partilhar e que reconhecessem que, em muitos sentidos, são muito ricos. (pedir de mais? demasiado  cedo? Talvez...)
Ricos, filhos. E não apenas no sentido metafórico, por terem saúde e vitalidade. Gostaríamos, corações grandes, que percebessem que é um dom, um privilégio viver como vivemos... que a grande maioria das pessoas do mundo não tem o nosso estilo de vida. Que é um privilégio viver - em PAZ, em DEMOCRACIA, em LIBERDADE. Que é um privilégio ter um tecto, alimentos, roupas e a montanha de outros objectos que possuímos e serviços de que usufruímos: electricidade, água potável, água canalizada, aquecimento central, vacinação, escolas e bibliotecas públicas, a lista não tem fim.

A minha Maria acha que uma casa "de jeito" tem de "ter jardim e piscina, mas não é uma normal; é daquelas com tampa e com luzes, para podermos tomar banho no inverno e de noite"
O Pedro, talvez por ser mais velhinho, vai integrando o nosso apelo à moderação, ao bom-senso, à modéstia e à gratidão. Fixa a imagem televisiva de uma cidade em escombros, algures na Síria e diz "Já viste o que é viver assim? Vão ter de fugir das suas casas, não é? E era uma cidade normal, não era? Coitadas daquelas pessoas! Ainda bem que não temos de viver ali!"
Empatia. Sensibilidade.Gratidão. Bravo, filho! Estás no bom caminho para te tornares num ser humano como deve ser. Rico por dentro.

Sunday, October 9, 2016

Dedução (a meu ver) brilhante

" ó mãe, tu dás aulas em várias escolas, não é?"

"sim, filha, vou a várias escolinhas, a diferentes turmas...!"
(eu a pensar que talvez  lhe custe encaixar isso, uma vez que a professora dela nunca sai da mesma sala, no mesmo sítio e com os mesmos alunos...)

"mas são só meninos do terceiro e do quarto, não é?"
"sim, agora só trabalho no primeiro ciclo"
(eu a reforçar a ideia, pensando que o foco dela era a faixa etária com quem trabalho...)

"então significa que estás sempre a repetir a mesma coisa...."
(e, pronto, na mouche, a Maria acerta em cheio no se não da bela...é verdade que oito ou nove turmas do mesmo nível equivalem a muita repetição. Perspicaz, não acham?)